Serie Casamentos - Francês

Bonjour belles personnes, allez bien ?
(Bom dia belas pessoas, tudo bem?)

Eu estou bem ...
Vamos a mais um casamento digno de Paris, o ...


Conhecida pela elegância e romantismo, a França é um dos países mais desejados pelas noivas quando se imagina um cenário perfeito para o casamento ou a Lua de Mel. Mas apesar de toda a fama de glamour, as celebrações do matrimônio francês estão longe de ser grandiosas e espetaculares. Em geral, elas são caracterizadas por simplicidade e intimidade.


Para os franceses, uma festa de casamento grande é para 200 convidados, no máximo. Contudo, a maioria das celebrações é bem menor do que isso.
Tradicionalmente, a cerimônia é realizada durante o dia em um cartório ou palácio (o equivalente às igrejas brasileiras). É muito comum que os convidados - e até mesmo os noivos - sigam a pé até o local onde será realizada a recepção.

A festa de casamento costuma acontecer na casa dos pais de um dos noivos, e a própria família ajuda na recepção, servindo os convidados e preparando o almoço. O casal assume o papel de "mestre de cerimônias" e conduz a celebração com jogos, brincadeiras e discursos.

O evento segue até a noite, quando acontece a festa propriamente dita. O ponto alto ocorre com o momento de apresentação do “croquenbouche”, uma iguaria inventada por volta de 1.700 que nada mais é que uma pilha de profiteroles .  Antigamente, a tradição pedia que cada convidado levasse duas unidades do doce para os noivos. Os "bolinhos" então eram colocados um sobre o outro e formavam o bolo de casamento dos franceses.


Hoje em dia, o croquenbouche é uma grande peça feita de docinhos empilhados em formato arquitetônico, e sua entrada na festa deve ser chamativa e triunfal. No casamento, ele é considerado essencial. Por isso, quase sempre é recebido e consumido com champanhe e brindes.
Aqui no Brasil essa tradição já pegou e a moda é trocar as Carolinas recheadas por macarons, podendo ser preparados com as cores da festa.


 Uma vez que a festa normalmente possui poucos convidados, e todos - ou quase todos - são muito íntimos do casal, outra tradição muito comum na França é que cada pessoa faça votos para os noivos, contando histórias da união e homenageando a felicidade dos recém-casados. Este costuma ser um momento de muita emoção, marcando definitivamente o caráter íntimo do casamento.

Relato de um casamento verdadeiramente francês 

Tudo começou por volta das 14h quando o noivo foi buscar a noiva e juntos eles foram para a prefeitura da cidade casar no civil. Os convidados aguardavam a chegada dos noivos na própria prefeitura. O civil é bem rapidinho, coisa de 20 minutos. Depois do civil, todos seguiram para igreja, que era do lado da prefeitura. Bem pratico. 

Para ir para o local da festa, os carros seguem em comboio atrás do carro dos noivos buzinando e com pisca-alerta ligado. Fitinhas de filó são amarradas nos retrovisores e antenas dos carros dos convidados. Segundo a tradição, o ultimo carro do cortejo se chama voiture-balais (carro-vassoura). O mais comum é que seja o carro de um dos padrinhos do casamento e é o mais enfeitado de todos. 


As festas costumam ser em casarões no campo e alguns são feitos em castelos. Esta festa da história foi em um hotel lindíssimo à 3h de Paris, na cidade natal do noivo.


Os noivos e convidados chegaram ao local da festa e o cocktail, ou vin d'honneur em francês, foi servido. Tinha uma mini-arquibancada montada, com uns 3 ou 4 andares e todos os 100 convidados tínhamos que nos espremer de alguma forma para tira a foto. Ficamos na penúltima fileira: eu grávida, marido e Rafael no colo, doido para ir para o chão e fotografo mega-paciente tentando reunir todos os outros 99 convidados. Que medo daquele bagulho cair! Mas deu tudo certo, a foto ficou super legal e todos sobreviveram sem arranhões. Ufa.

Uma coisa muito diferente do Brasil é que em algumas festas na França, nem todas as pessoas são convidadas para a festa inteira. É comum que as pessoas menos intimas dos noivos sejam convidadas somente para as cerimônias do civil e/ou religiosa, cocktail e as vezes para a sobremesa, mas não para jantar. Uma vez fomos convidados para o casamento de um colega de trabalho do Rô, mas só para o religioso e o cocktail. Eu estava crente que so' ia rolar o cocktail e levei o maior susto quando vi que atras da cortina tinham mesas de jantar com nomes marcados e o nosso convite não dizia nada disso! Na hora achei o maior desaforo. Pô, me arrumei toda, perdi todo o meu dia, peguei 2h trem/metrô só para chegar lá, dei presente e os caras nem para nos convidar para o jantar? Mas depois vi que isso é costume local e que não tinha nada demais. Ainda bem que nos outros casamentos que fomos, fomos convidados até o final. E' meio chato ter que sair justamente quando a coisa começa a ficar boa.

Depois do cocktail, fotos e que parte dos convidados foi embora, começou a recepção e o jantar. Na entrada do salão tinha uma espécie de “mapinha” com os nomes das mesas e dos convidados. Aqui os lugares são marcados e a organização dos convidados nas mesas rigorosamente estudada pelos noivos antes da festa. Eles dão "nomes" nas mesas de acordo com o "tema" da festa para os convidados encontrarem suas mesas. Como esse era um casamento franco-brasileiro, as mesas tinham nomes de cidades francesas e brasileiras que os noivos já tinham visitado.


Durante o jantar: fotos do casal no telão, valsa, aquela coisa toda igual nas festas brasileiras. Mas que eu me lembre dos últimos 30 casamentos que fui no Brasil, ficava só nisso. Na França é tudo mais personalizado. Por exemplo: a irmã do noivo compôs uma canção para os noivos e cantou tocando violão na festa. Os avôs dele também prepararam uma musica e cantaram lá na hora. Um amigo (acho) passou um slide em quadrinhos da historia dos noivos. Bem legal! Essas entre outras surpresas e discursos bem emocionantes de amigos e parentes.

E então veio o jantar, com todos os pratos de um verdadeiro jantar francês (e tem gente que acha que francês come pouco, bobinhos...): pão, amuse-bouche (petiscos), entrada, sorbet (um tipo de sorvete mais leve), prato com peixe, prato com carne, queijos e quando você acha que não agüenta comer mais nada, ainda tem a sobremesa!
Ah... tinham 2 mesas só para as crianças com menu especial e umas mocinhas de baby-sitter para dar um help e propor umas brincadeiras como bolas de encher, desenho com giz de cera, etc. Como a maior parte da festa é durante dia, dá para as crianças curtirem também.  

A tão esperada hora de dançar (pelo menos para mim) é só depois do jantar. E com o tanto de pratos que costuma ter, o jantar demora a beça. Nesse ponto acho as festas no Brasil bem mais divertidas, porque a gente come, dança, bate papo com convidados de outras mesas, depois volta para o próximo prato e por aí vai. É muito menos formal. Aqui você tem que ficar sentadinho na sua mesa até o fim, conversando apenas com as pessoas da mesma mesa, às vezes por horas a fio... a duração de uma verdadeira refeição francesa. A bunda fica literalmente quadrada.

Se a galera estiver animada, a festa vai até o sol raiar. Genteee, são mais de 12h de festa! Lá pela meia-noite eu já estava cansadona e querendo cama, ainda mais passando o dia correndo atrás do menino para não fazer bobagem na festa. Antes de pedir arrego, dancei um pouco ao som de Claude François.

As simpatias? Aqui também tem. Como o tempo andava meio instável na semana do casamento e tinha possibilidade de chuva, a mãe do noivo pegou uma santa e colocou no meio do alface na horta. Simpatia para não chover no dia do casamento. E não é que funcionou? Já a noiva do dia seguinte pelo visto não fez a simpatia e choveu o dia inteiro sem parar. 

Veja mais fotos de um casamento tradicional francês nesse link aqui.
E claro, acompanhe um vídeo de um casamento lindíssimo realizado na região de Provence, sudoeste da França:



Gostaram?
Eu bem que me casaria assim !!
Amanhã tem mais ...
Bjinhuss


Fontes
Textos: 
Fotos: 
Vídeo: 




Comentários